Inovação ganha força no País e número de startups cresce 207% em quatro anos


Mesmo diante da desaceleração econômica, hoje, o Brasil conta com 12.763 empresas nascentes, sendo oito delas as chamadas unicórnios, avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

As startups nacionais têm ganhado cada vez mais mercado e a confiança dos grandes players. Mesmo em um cenário de desaceleração econômica, desde 2015, o número de empresas nascentes cresceu 207%. Além disso, hoje, o País conta com oito unicórnios - empresas com preço de mercado de mais de US$ 1 bilhão - cenário que há quatro anos não existia.

“O ecossistema empreendedor anda descolado da macroeconomia, o que explica o avanço da inovação nos últimos anos”, afirma a head de ecossistema e startups no Cubo Itaú, Renata Zanuto. Segundo ela, foi justamente a crise que beneficiou as empresas nascentes. Isso porque, as grandes corporações começaram a buscar competitividade e inovação com menor custo, abrindo espaço para as startups, explica.A taxa acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2014, quando a economia ainda sinalizava crescimento, era de 3,2%. A partir daí, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as variações trimestrais da atividade econômica oscilaram entre o positivo e o negativo. O último registro, do período entre janeiro e março de 2009, a economia avaçou 0,9%.Para as startups, entretanto, o crescimento tem sido exponencial. Em 2015, havia 4.151 empresas nascentes, segundo as informações da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Neste ano, o Brasil conta com 12.763, o que representa um aumento de 207% no período.

Além disso, foi somente nos últimos quatro anos que o Brasil ganhou unicórnios, como o iFood e o Nubank, segundo o presidente da ABStartups, Amure Pinho. De acordo com a associação, atualmente, o País conta com oito empresas com valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão. 

Assim como Renata, o presidente da ABStartups também considera que a desaceleração econômica favoreceu o empreendedorismo. Ele explica que, hoje, as empresas nascentes contam com mais apoio das grandes e mais captação de investimentos - tanto de fundos quanto de investidores anjos - do que há cinco anos.O diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), Sérgio Risola, também concorda que o interesse pelas startups evoluiu bastante nos últimos cinco anos. “A cada dia tem uma grande corporação se envolvendo com esse universo, seja abrindo o próprio Lab [laboratório de inovação para parceria com empresas nascentes] ou pedindo o auxílio de incubadoras e aceleradoras, como a Liga Ventures”, afirma.Entretanto, para Risola, o segmento ainda precisa se desprender de “penduricários”, como a burocracia, para se alavancar de fato. “Para as startups de tecnologia, como as fintechs, os últimos anos têm sido muito promissores. Mas as outras áreas ainda precisam vencer obstáculos.”


Inovação ganha força no País e número de startups cresce 207% em quatro anos
Mesmo diante da desaceleração econômica, hoje, o Brasil conta com 12.763 empresas nascentes, sendo oito delas as chamadas unicórnios, avaliadas em mais de US$ 1 bilhão


As startups nacionais têm ganhado cada vez mais mercado e a confiança dos grandes players. Mesmo em um cenário de desaceleração econômica, desde 2015, o número de empresas nascentes cresceu 207%. Além disso, hoje, o País conta com oito unicórnios - empresas com preço de mercado de mais de US$ 1 bilhão - cenário que há quatro anos não existia.


“O ecossistema empreendedor anda descolado da macroeconomia, o que explica o avanço da inovação nos últimos anos”, afirma a head de ecossistema e startups no Cubo Itaú, Renata Zanuto. Segundo ela, foi justamente a crise que beneficiou as empresas nascentes. Isso porque, as grandes corporações começaram a buscar competitividade e inovação com menor custo, abrindo espaço para as startups, explica.A taxa acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2014, quando a economia ainda sinalizava crescimento, era de 3,2%. A partir daí, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as variações trimestrais da atividade econômica oscilaram entre o positivo e o negativo. O último registro, do período entre janeiro e março de 2009, a economia avaçou 0,9%.Para as startups, entretanto, o crescimento tem sido exponencial. Em 2015, havia 4.151 empresas nascentes, segundo as informações da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Neste ano, o Brasil conta com 12.763, o que representa um aumento de 207% no período.Presidente da ABStartups, Amure Pinho destaca que somente nos últimos quatro anos que o Brasil ganhou unicórnios, como o iFood e o NubankLegenda: Presidente da ABStartups, Amure Pinho destaca que somente nos últimos quatro anos que o Brasil ganhou unicórnios, como o iFood e o Nubank. Foto: DivulgaçãoAlém disso, foi somente nos últimos quatro anos que o Brasil ganhou unicórnios, como o iFood e o Nubank, segundo o presidente da ABStartups, Amure Pinho. De acordo com a associação, atualmente, o País conta com oito empresas com valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão. 

Assim como Renata, o presidente da ABStartups também considera que a desaceleração econômica favoreceu o empreendedorismo. Ele explica que, hoje, as empresas nascentes contam com mais apoio das grandes e mais captação de investimentos - tanto de fundos quanto de investidores anjos - do que há cinco anos.O diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), Sérgio Risola, também concorda que o interesse pelas startups evoluiu bastante nos últimos cinco anos. “A cada dia tem uma grande corporação se envolvendo com esse universo, seja abrindo o próprio Lab [laboratório de inovação para parceria com empresas nascentes] ou pedindo o auxílio de incubadoras e aceleradoras, como a Liga Ventures”, afirma.Entretanto, para Risola, o segmento ainda precisa se desprender de “penduricários”, como a burocracia, para se alavancar de fato. “Para as startups de tecnologia, como as fintechs, os últimos anos têm sido muito promissores. Mas as outras áreas ainda precisam vencer obstáculos.”Diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), Sérgio Risola considera que as grandes corporações ainda estão aprendendo a trabalhar junto às empresas nascentesLegenda: Diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), Sérgio Risola considera que as grandes corporações ainda estão aprendendo a trabalhar junto às empresas nascentes Foto: Divulgação Desafios

Segundo o diretor-executivo do Cietec, para as empresas nascentes com foco em ciência e pesquisa e desenvolvimento, o dia a dia tem sido mais difícil nos últimos anos. Ele explica que essas companhias precisam de mais investimentos, além de responder às agências reguladoras, o que acaba demandando mais tempo para desenvolver ou lançar um produto.Além disso, Risola considera que as grandes corporações ainda estão aprendendo a trabalhar junto às empresas nascentes. “As organizações estão chegando com um apetite grande por inovação, mas ainda sem definir o que fazer com as startups.”Risola considera que, para o segmento manter o forte crescimento nos próximos anos, é preciso “misturar” melhor as corporações, as empresas nascentes, as incubadoras e aceleradoras, e os investidores. “Todos saem ganhando”, pondera.Em linha com Risola, a diretora do fundo de aceleração 500 Startups no Brasil, Itali Collini, também acredita que o relacionamento das corporações com as startups ainda precisa melhorar. “É preciso fazer as grandes enxergarem a importância dessa aproximação, fazendo programas de inovação ou se tornando clientes”, explica.Outro desafio apontado por Itali são os investimentos e a insegurança do investidor diante do cenário de crise dos últimos anos. “Ainda temos investidores em ambiente de incertezas e que querem somente a garantia de retorno, algo complicado quando se trata de empresas que estão começando”, explica. 

Por isso, para os próximos anos, Itali avalia que algo que pode favorecer o cenário brasileiro de inovação é fazer com que o empreendedor esteja preparado para explorar o mercado internacional. “Expandir as operações para outros países pode atrair o olhar de fundos e investidores estrangeiros.”Mesmo que ainda tenham desafios a serem vencidos, os especialistas seguem confiantes. Para Renata, do Cubo Itaú, tendo em vista o rápido crescimento do número de unicórnios nos últimos anos, a tendência é que o mercado para as startups continue promissor.“Agora são mais investidores estrangeiros olhando para o País, são mais startups interessadas em ganhar o mercado exterior e mais empreendedores com vontade de compartilhar ideias e experiências.”


Fonte: DCI