CNI: Uso da capacidade instalada na industria é maior dos últimos quatro anos
Um dos principais indicadores de que a atividade industrial vinha se recuperando a passos lentos, a ociosidade industrial diminuiu em julho. Segundo informou, nesta quarta-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o nível de utilização da capacidade instalada nas fábricas brasileiras subiu para 68% no mês passado, o maior percentual verificado nos últimos quatro anos. O índice foi maior nas grandes empresas, onde atingiu 73%, enquanto as médias e as pequenas registraram, respectivamente, 66% e 60%.
A queda ocorreu porque as empresas estão produzindo mais. De acordo com a Sondagem Industrial da CNI, o índice de evolução da produção foi de 52,2 pontos em julho. Foi o segundo mês consecutivo em que o número ficou acima de 50 pontos, após a forte redução registrada em maio, em decorrência da greve dos caminhoneiros. Por conta disso, o índice ficou em 41,6 pontos.
O indicador varia de zero a 100 pontos. Quanto está acima de 50 pontos, mostra aumento da produção.
— Estamos no início do segundo semestre do ano, quando costuma ter aumento na atividade. Mas o resultado deste ano foi mais forte do que em 2017 e melhor do que os de 2014, 2015 e 2016, quando a produção caiu por causa da crise — disse o economista da CNI Marcelo Azevedo.
Por outro lado, o emprego no setor continua caindo. O indicador do número de trabalhadores ficou em 48,5 pontos e continua abaixo da linha divisória dos 50 pontos que separa a queda do aumento das contratações.
A Sondagem Industrial também mostra que as indústrias estão com um pequeno acúmulo de estoques. O índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado subiu para 50,8 pontos em julho e ficou acima da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que os estoques estão levemente maiores do que o planejado.
A pesquisa destaca, ainda, que os empresários estão mais otimistas. Todos os indicadores de expectativa ficaram acima dos 50 pontos em agosto, mostrando que os industriais esperam o aumento da demanda, da compra de matérias-primas, do número de empregados e das exportações nos próximos seis meses.
Diante de um cenário mais positivo, aumentou a disposição dos empresários para investir. O índice de intenção de investimento subiu para 51 pontos, 1,6 ponto acima do verificado em agosto, o que recupera apenas em parte a queda de 4,2 pontos registrados nos últimos cinco meses. O indicador de intenção de investimentos está 3,1 pontos acima do de agosto do ano passado.
Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 13 de agosto com 2.257 empresas. Dessas, 932 são pequenas, 798 são médias e 527 são de grande porte.
Fonte: Época Negócios