Conheça o roadmap da IBM para o lançamento do computador quântico
Empresa planeja para 2023 dispositivo quântico de mais de 1 mil qubits. A IBM anunciou o lançamento do roadmap que vai orientar a empresa em seu projeto de construir um computador quântico. A IBM destaca que o computador quântico do futuro assumirá onde os clássicos falham, executando aplicativos revolucionários em todas as indústrias, o que permite gerar materiais que mudarão o mundo ou transformarão a forma como fazemos negócios.
Com o roadmap, a companhia se prepara para desenvolver dispositivos de milhões de qubits. “Nossa equipe está desenvolvendo um conjunto de processadores escaláveis, cada vez maiores e melhores, com um dispositivo de mais de 1000 qubits, chamado IBM Quantum Condor, previsto para o final de 2023”, diz Jay Gambetta, VP da IBM Quantum, em comunicado da empresa.
Paralelamente, para acomodar dispositivos ainda mais potentes que o Condor, a IBM também está desenvolvendo um refrigerador de diluição. Segundo ela, “maior do que qualquer um atualmente disponível no mercado”.
Gambetta explica que o roadmap da IBM tem como objetivo chegar a processadores de mais de um milhão de qubits no futuro. “Enquanto isso, nosso roadmap de hardware está no centro de uma missão maior: projetar um computador quântico full-stack, implantado por meio da nuvem, pelo qual qualquer pessoa no mundo possa programar”.
“A IBM tem explorado qubits supercondutores desde meados dos anos 2000. Refinamentos e avanços contínuos em todos os níveis do sistema, de qubits a compiladores, nos permitiram colocar o primeiro computador quântico na nuvem em 2016. Estamos orgulhosos de nosso trabalho”, afirma o VP.
Hoje, a IBM afirma que mantém mais de duas dúzias de sistemas estáveis na nuvem, para os clientes e o público em geral experimentarem a tecnologia quântica. A empresa lançou neste mês o processador IBM Quantum Hummingbird para os membros da IBM Q Network. O dispositivo reduz a quantidade total de fiação e componentes necessários para a leitura e melhora a capacidade de escala, preservando todos recursos de alto desempenho da geração de processadores Falcon.
No próximo ano, a companhia planeja apresentar o processador IBM Quantum Eagle de 127 qubit. O Eagle reúne várias atualizações para superar o marco de 100 qubit, e apresentará recursos clássicos de computação simultânea em tempo real que permitirão a execução de uma família mais ampla de circuitos e códigos quânticos.
Os princípios de design estabelecidos para os processadores menores guiarão a empresa para o lançamento de um sistema IBM Quantum Osprey de 433 qubits em 2022. Para 2023, o plano é apresentar o processador de 1121 qubits IBM Quantum Condor.
“Vemos o Condor como um ponto de inflexão, um marco para nossa capacidade de implementar correção de erros e dimensionar nossos dispositivos e, ao mesmo tempo, é complexo o suficiente para explorar vantagens quânticas potenciais - problemas que podemos resolver com mais eficiência em um computador quântico do que nos melhores supercomputadores do mundo”, afirma Gambetta.
No entanto, explica o executivo, à medida que se explora domínios além da marca dos mil qubits, os refrigeradores de diluição comerciais de hoje já não serão capazes de refrigerar e isolar com eficácia os dispositivos complexos e potencialmente grandes. Por isso, a IBM também precisou desenvolver um super-resfriador, com 3 metros de altura e 1,80 metro de largura, batizado de Goldeneye.
“Nossa equipe projetou este gigante com um sistema de um milhão de qubits em mente e já começou os testes de viabilidade fundamentais. Em última análise, imaginamos um futuro no qual as interconexões quânticas conectem refrigeradores de diluição, cada um milhão de qubits, assim como a intranet se conecta a processadores de supercomputação, criando um computador quântico maciçamente paralelo capaz de transformar o mundo”.
Fonte: Época Negócios