Indústria 4.0 traz ganho de eficiência


As empresas que se projetam no processo de digitalização devem esperar duas coisas: ganho de eficiência e novas formas de fazer negócios. “A indústria 4.0 já começou a acontecer", afirmou Rafael Oliveira, sócio da McKinsey, durante o 1º Congresso Brasileiro de Indústria 4.0, promovido pela Fiesp. "A gente já consegue otimizar de 15% a 30% da produtividade das fábricas e das indústrias, aumentando também em 85% a precisão das previsões de demanda do mercado”.

Utilizando diversos processos digitais, as companhias conseguem desenvolver suas próprias capacidades em infraestrutura e gestão de pessoas, além de um ecossistema colaborativo com outras empresas. Esse avanço significa que essas mesmas empresas não precisam desenvolver tudo a partir do zero e sim alavancar o que já existe no mercado. Ao promover o gerenciamento de dados, elas passam a contar com um ativo importante que será utilizado em todos os processos da indústria – principalmente quando se trata da indústria 4.0.

“Com o avanço da tecnologia, os dados começam a ser gerenciados como um ativo realmente importante", diz Oliveira. O processo de reunir esses dados e processá-los em alta velocidade é hoje bem diferente do que há alguns anos, o que torna mais fácil conseguir as informações necessárias.

Menos de 1%

A manufatura é a área que mais gera dados, mas usa menos de 1% desses dados para tomar uma decisão. Existe aí uma perda, portanto, que resultaria na melhoria de processos e otimização para desenvolver a companhia e gerar mais lucro. 

“Usando a análise avançada de dados, nós conseguimos ter uma projeção de demanda futura com precisão 120% maior do que a empresa já fazia", disse Oliveira ao citar o caso de uma empresa para a qual a McKinsey prestou consultoria. "Isso ajudou a reduzir drasticamente a obsolescência de matérias e a redução de estoques".

Em outra frente, a interação homem-máquina – com recursos de realidade aumentada – é capaz de afastar problemas de qualidade, mantendo o tempo de ciclo na produção e sem perda de eficiência.

Rafael Oliveira citou o caso de uma tecnologia que já foi assimilada por montadoras brasileiras em posições mais delicadas. “São óculos que permitem checar o detalhe do procedimento operacional que está sendo feito e mostram o passo a passo das etapas que devem ser cumpridas", citou Oliveira. O resultado? Ganho de produtividade.

Sistemas administrativos

A conversão do ponto físico, que engloba a tecnologia da impressão 3D e da robotização, está cada vez mais acessível. Com esse ganho, é preciso avançar mais nos processos administrativos.

“Muita das coisas que fazemos hoje administrativamente serão feitas por sistemas e processamento de dados", disse Rafael Oliveira. Essa transposição vai otimizar processos e liberar os profissionais para outras tarefas. "Com outros trabalhos, isso poderá gerar valor e riqueza aumentando o PIB do país”.


Fonte: epocanegocios