Indústria Reage à tarifa menos para importação


BRASÍLIA - A proposta da área econômica do governo de reduzir, em quatro anos, as tarifas de importação de bens de capital, informática e telecomunicações, hoje tributados em 14%, em média, para 4%, gerou protestos dos fabricantes nacionais. Representantes das indústrias reclamaram que não foram procurados pelo Ministério da Fazenda e disseram que a abertura do mercado brasileiro para os importados vai significar o sepultamento da produção nacional.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Veloso, disse não acreditar que a ideia seja aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). Ele argumentou que não há consenso entre os ministérios envolvidos.

- O real apreciado já fornece subsídio à importação e se, em função da redução alfandegária, o produto estrangeiro tiver seu preço reduzido em cerca de 8,5%, a substituição de produção nacional por importada será inevitável. Não fomos chamados para discutir essa proposta. Não há estudos sobre o impacto da medida - afirmou Veloso.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), Humberto Barbato, a ideia é absurda. Ele alertou para o risco de o Brasil, ao rebaixar as tarifas, ter pouco ou nada a barganhar com os países desenvolvidos em futuras negociações.

- É um absurdo falar em redução unilateral de alíquota, quando estamos discutindo uma série de acordos comerciais - disse Barbatto.

A proposta do Ministério da Fazenda será discutida em consulta pública a ser lançada nas próximas semanas. A decisão final cabe ao conselho de ministros da Camex.


fonte: gsnoticias