Pesquisador cria reator químico que otimiza produção de etanol e açúcar
O pesquisador do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Evandro Alves, criou um reator químico capaz de otimizar a produção de etanol e de açúcar pela indústria sucroalcooleira.
A patente já foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O módulo automatizado de análise identifica a quantidade de sacarose no caldo da cana-de açúcar em apenas dois minutos, com a utilização de somente dois microlitros de reagente químico durante todo o processo.
Ou seja, é rápido, prático e ambientalmente sustentável.
Análises hoje são “olho no olho”
Segundo o pesquisador, hoje, as análises químicas são manuais, feitas “no olho”, levam cerca de 1h30 para serem concluídas, necessitam de vários profissionais e consomem grande quantidade de reagentes.
“A dinâmica para verificar o teor de sacarose na cana-de-açúcar funciona, hoje em dia, da seguinte maneira: fornecedores vendem cana-de-açúcar para usineiros, para produção de etanol e de açúcar.
O valor do produto é medido em sacarose. Quanto mais sacarose houver na cana, mais o usineiro pagará ao fornecedor”, explica Alves.
Portanto, de acordo com o pesquisador, toda vez que um fornecedor envia um caminhão repleto de cana-de-açúcar, o usineiro coleta o caldo da remessa e, em laboratório, quase sempre localizado na própria fábrica, faz exames manuais para identificar o teor de sacarose.
Essas análises não automatizadas demandam muito tempo e consomem cerca de 100 ml de reagentes que poluem o meio ambiente, porque geralmente são descartados na pia do laboratório. O meu método usa apenas dois microlitros. É uma quantidade muito baixa. Além disso, só é necessário um laboratarista, porque o processo é programado por computador.”
Se a indústria sucroalcooleira se interessar pelo novo reator químico, a velocidade dessas análises laboratoriais aumentará vertiginosamente, otimizando a produção.
“A depender da fábrica, chegam, ao mesmo tempo, muitos caminhões com cana-de-açúcar, para que o caldo seja verificado”.
Fonte: Jornal da Cana