Petrobras faz hedge de parte da produção de petróleo de 2018


A Petrobras informou nesta quarta-feira (28) que executou uma operação de hedge de parte de sua produção de petróleo prevista para 2018. As operações foram realizadas em fevereiro e março para um volume equivalente a 128 milhões de barris de óleo. 

A estatal adquiriu opções de venda com preço de exercício baseado na média das cotações do petróleo tipo Brent dos dois meses até o fim de 2018. O custo médio foi estabelecido em US$ 3,48 o barril e o preço de exercício médio em torno de US$ 65 o barril. O vencimento das opções está programado para o final do ano.

Segundo a Petrobras, a medida visa proteger parcela da geração operacional de caixa, garantindo um nível de preço mínimo para a produção sujeita a operação, sem travar o preço caso a cotação média do Brent supere o valor de referência.

"Assim, há proteção nos cenários de baixa dos preços e continua havendo fruição dos preços mais elevados nos cenários de alta do Brent", diz a estatal em nota.

Fertilizantes

No que se refere à parada progressiva da produção (hibernação) das fábricas de fertilizantes em Sergipe e na Bahia, a companhia informou que o processo deverá ser concluído até 31 de outubro.

Programada inicialmente para ocorrer até 30 de junho, a paralisação foi atrasada após congressistas de Sergipe e Bahia pressionarem a estatal em busca de uma solução alternativa para as duas unidades.

As bancadas dos dois Estados na Câmara Federal propuseram a criação de um grupo de trabalho, que terá esse prazo adicional para estudar a viabilidade das operações, e eventualmente apresentar proposta para manter as unidades em funcionamento.

Participarão das discussões representantes da Petrobras, dos dois Estados e das federações de indústrias. A decisão foi tomada após encontro do presidente da Petrobras, Pedro Parente, com os governadores da Bahia, Rui Costa (PT), e de Sergipe, Jackson Barreto (MDB), em Brasília, na tarde de ontem (27), segundo apurou o valor com fontes que acompanharam a reunião.

Anunciado na semana passada (20), o processo de hibernação consiste em uma parada progressiva da produção das unidades industriais, com ações para conservar equipamentos e prevenir impactos ambientais. Na ocasião, a estatal afirmou que a decisão está alinhada ao posicionamento estratégico de deixar as atividades de produção de fertilizantes, conforme o Plano de Negócios e Gestão 2018-2022.

Em 2017, a fábrica de Sergipe teve prejuízo de R$ 600 milhões e da Bahia de R$ 200 milhões, e a estimativa da Petrobras é de continuidade no longo prazo de resultados negativos. No balanço do quarto trimestre de 2017, a Petrobras já realizou uma provisão para perda (impairment) das fábricas de fertilizantes no montante de R$ 1,3 bilhão.



Fonte: Valor