Preço da tonelada do alumínio alcança US$ 3.000, recorde desde 2008
O preço do alumínio, que registra alta nas últimas semanas, alcançou nesta segunda-feira (13) o valor de 3.000 dólares por tonelada, a maior cotação desde 2008, em meio às restrições de produção na China e um golpe de Estado na Guiné, segundo maior produtor mundial de bauxita.
A tonelada de alumínio, utilizado no setor de transporte e na construção, alcançou 3.000 dólares às 5h49 GMT (2H49 de Brasília) no mercado de metais de Londres.
"Os preços atingiram uma nova alta na esteira do carvão", a fonte de energia das fundições chinesas, apontou Anna Stablum, analista da Marex Spectron.
"A carência de carvão na China deve piorar no quarto trimestre" com a chegada do inverno e a necessidade de aquecer a população, o que "pode elevar ainda mais o preço do alumínio", alertou.
As autoridades chinesas também estão pedindo que algumas fundições paralisem suas operações para limitar o consumo de eletricidade, embora os planos nacionais de investimento em infraestruturas estejam aumentando a demanda.
"O risco político pesa sobre o alumínio na China e, cada vez mais, na União Europeia", resumem os analistas do Goldman Sachs em nota.
Eles apontam que o preço da eletricidade e o imposto sobre o carbono também pesam sobre as fundições europeias.
Além disso, a demanda por alumínio, como a de outros metais industriais e, em geral, de matérias-primas, é especialmente alta, pois os consumidores estão se beneficiando da recuperação após a pandemia de covid-19.
Outros fatores que influenciam o preço do metal incluem uma greve em uma fundição de alumínio no Canadá e um incêndio em uma refinaria de bauxita na Jamaica, segundo Daniel Briesemann, analista do Commerzbank.
O golpe de Estado na Guiné, o segundo maior produtor mundial de bauxita, um mineral-chave na fabricação de alumínio, aumenta as preocupações no mercado, embora "a produção e as exportações estejam funcionando normalmente" até agora e "os temores podem ser exagerados", acrescentou.
O setor de mineração (ouro, bauxita, diamantes) é estratégico na Guiné. Essas atividades representaram cerca de 15% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado e cerca de 80% das exportações do país, de acordo com o relatório Macro Poverty Outlook do Banco Mundial.
Guiné, pequeno país da África, tem as maiores reservas de bauxita do mundo, avaliadas em 7,4 bilhões de toneladas, segundo um relatório de 2020 do US Geological Survey.
O dado representa quase 25% das reservas mundiais.
"Para se ter uma ideia, são necessárias entre 4 e 5 toneladas de bauxita para produzir 2 toneladas de alumina, que por sua vez produz uma tonelada de alumínio", explica Stablum.
A China importa 47% da sua bauxita da Guiné, segundo a consultoria de matérias-primas CRU, aumentando as suas compras devido "a uma deterioração na qualidade e quantidade das reservas nacionais".
Após o golpe, a junta tentou tranquilizar os parceiros da Guiné de que as operações continuariam e que os compromissos seriam honrados. Os golpistas anunciaram uma série de reuniões a partir desta terça-feira com forças políticas, sociedade civil e representantes de empresas de mineração para preparar a formação de um governo.
Fonte: UOL
A tonelada de alumínio, utilizado no setor de transporte e na construção, alcançou 3.000 dólares às 5h49 GMT (2H49 de Brasília) no mercado de metais de Londres.
"Os preços atingiram uma nova alta na esteira do carvão", a fonte de energia das fundições chinesas, apontou Anna Stablum, analista da Marex Spectron.
"A carência de carvão na China deve piorar no quarto trimestre" com a chegada do inverno e a necessidade de aquecer a população, o que "pode elevar ainda mais o preço do alumínio", alertou.
As autoridades chinesas também estão pedindo que algumas fundições paralisem suas operações para limitar o consumo de eletricidade, embora os planos nacionais de investimento em infraestruturas estejam aumentando a demanda.
"O risco político pesa sobre o alumínio na China e, cada vez mais, na União Europeia", resumem os analistas do Goldman Sachs em nota.
Eles apontam que o preço da eletricidade e o imposto sobre o carbono também pesam sobre as fundições europeias.
Além disso, a demanda por alumínio, como a de outros metais industriais e, em geral, de matérias-primas, é especialmente alta, pois os consumidores estão se beneficiando da recuperação após a pandemia de covid-19.
Outros fatores que influenciam o preço do metal incluem uma greve em uma fundição de alumínio no Canadá e um incêndio em uma refinaria de bauxita na Jamaica, segundo Daniel Briesemann, analista do Commerzbank.
O golpe de Estado na Guiné, o segundo maior produtor mundial de bauxita, um mineral-chave na fabricação de alumínio, aumenta as preocupações no mercado, embora "a produção e as exportações estejam funcionando normalmente" até agora e "os temores podem ser exagerados", acrescentou.
O setor de mineração (ouro, bauxita, diamantes) é estratégico na Guiné. Essas atividades representaram cerca de 15% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado e cerca de 80% das exportações do país, de acordo com o relatório Macro Poverty Outlook do Banco Mundial.
Guiné, pequeno país da África, tem as maiores reservas de bauxita do mundo, avaliadas em 7,4 bilhões de toneladas, segundo um relatório de 2020 do US Geological Survey.
O dado representa quase 25% das reservas mundiais.
"Para se ter uma ideia, são necessárias entre 4 e 5 toneladas de bauxita para produzir 2 toneladas de alumina, que por sua vez produz uma tonelada de alumínio", explica Stablum.
A China importa 47% da sua bauxita da Guiné, segundo a consultoria de matérias-primas CRU, aumentando as suas compras devido "a uma deterioração na qualidade e quantidade das reservas nacionais".
Após o golpe, a junta tentou tranquilizar os parceiros da Guiné de que as operações continuariam e que os compromissos seriam honrados. Os golpistas anunciaram uma série de reuniões a partir desta terça-feira com forças políticas, sociedade civil e representantes de empresas de mineração para preparar a formação de um governo.
Fonte: UOL