Vestuário e alimentos caem e IPCA-15 tem menor fevereiro desde 1994
Prévia da inflação desacelerou para 0,22% em fevereiro ante alta de 0,71% em janeiro, revelou o IBGE nesta quinta-feira.
A prévia da inflação oficial brasileira permaneceu em desaceleração e atingiu o menor nível para fevereiro desde o início do Plano Real, com quedas nos preços de vestuário, cuidados pessoais e alimentos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou a alta a 0,22% em fevereiro depois de subir 0,71% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Esse é o resultado mais baixo para um de fevereiro desde o início do Plano Real, em 1994.
Em 12 meses até fevereiro, o IPCA-15 acumulou avanço de 4,21%, contra 4,34% até janeiro, ficando ainda mais próximo do centro meta de inflação para este ano, de 4% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de altas de 0,24% no mês e 4,23% em 12 meses, na mediana das projeções.
Esta é a primeira divulgação do IPCA-15 com a nova estrutura de ponderação, considerando os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017-2018.
No mês, três grupos apresentaram deflação e tiveram impactos negativos. Os preços de Vestuário tiveram queda de 0,83%, enquanto os de Saúde e cuidados pessoais recuaram 0,29%.
O grupo Alimentação e bebidas, com importante peso sobre o bolso dos consumidores, também apresentou variação negativa, de 0,10% em fevereiro. O resultado se deve principalmente à queda de 5,04% no preço das carnes.
Por outro lado, Educação teve a maior alta no mês, de 3,61%, em movimento sazonal somente os cursos regulares subiram 4,36%.
Por sua vez, os Transportes subiram 0,20% mas ainda assim mostraram desaceleração sobre a alta de 0,92% em janeiro, porque o avanço dos preços de combustíveis enfraqueceu a 0,49% em fevereiro de 2,96% em janeiro.
Na semana passada, depois de reduzir a taxa básica de juros Selic à mínima histórica de 4,25%, o Banco Central indicou divergência entre os membros sobre o nível de ociosidade na economia. Também apontou que, diante de “múltiplas incertezas” envolvendo este e outros fatores, quer ter melhor compreensão do cenário para definir os próximos passos para os juros básicos.
O BC afirmou ainda que há dicotomia na recuperação econômica do Brasil, com melhora no mercado de trabalho, mas com produção industrial e indicadores preliminares de investimento abaixo do esperado.
Um ponto de atenção, entretanto, é o câmbio, uma vez que o dólar vem batendo sucessivos recordes ante o real. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária está tranquila sobre o tema, mas que pode fazer intervenções em caso de problemas de liquidez ou se for identificado movimento “exagerado” no mercado cambial.
Fonte: EXAME