Fenasucro 2017 anuncia R$ 3,1 bilhões em vendas e previsão de US$ 90 milhões em negócios em 12 meses


Considerada a maior feira do setor sucroenergético no mundo, a Fenasucro & Agrocana confirmou ter superado a previsão de gerar R$ 3,1 bilhões em negócios na 25ª edição, e espera movimentar mais US$ 90 milhões em vendas que devem se confirmar nos próximos 12 meses.

O resultado é 6,89% maior em relação ao ano passado e, segundo o gerente da feira, Paulo Montabone, indica que os empresários estão buscando novas tecnologias e oportunidades para driblar a crise econômica, independente da implementação de políticas públicas.

“O setor demonstrou que o índice de confiança já aumentou. Independente de reforma, de leis, de RenovaBio, de políticas públicas, o setor já se posicionou diferente. Se vier o RenovaBio, a chance de construir novas 70 usinas até 2030 é muito latente”, afirma.

Montabone explica que a participação de empresários de outros setores, como alimentação, papel e celulose, foi fundamental para impulsionar os negócios. Ao todo, foram 626 rodadas internacionais, com a presença de 60 empresas brasileiras.

“O setor se posicionou diferente esse ano. Independe do governo, eles estão fazendo negócio certo, estão economizando, as indústrias estão procurando outros tipos de indústria para se correlacionar e não morrer”, diz o diretor.

Negócios internacionais
Ao todo, 37 mil visitantes de 45 países passaram pela Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho (SP), na última semana. O número é 23% maior em relação à edição passada e supera em 5,7% a expectativa inicial de receber 35 mil pessoas.

“América Latina e Caribe estão vindo conhecer e entender das novas tecnologias que a nossa região é precursora. Quando se fala em cana-de-açúcar, não tem como não falar em Sertãozinho. Novas tendências do mercado mundial saem da Fenasucro & Agrocana”, diz.
Um desses visitantes é o gerente de produção Alberto Hodge, responsável por uma usina de açúcar e etanol na República Dominicana, e que esteve na feira em busca de turbinas para aumentar em 20% a capacidade de geração de energia elétrica, a partir da biomassa.
“A intenção é poder incrementar a potência de um megawatt. Temos uma caldeira de aproximadamente 21 toneladas de vapor por hora e duas turbinas de um mega cada uma. A intenção é poder aumentar a potência de um para três megawatts”, conta.
O gerente de produção Alberto Hodge, da República Dominicana, esteve na Fenasucro & Agrocana  (Foto: Reprodução/EPTV)

Discussões
Mais do que negócios, a Fenasucro & Agrocana gerou debates sobre temas importantes para o setor e o crescimento econômico do país, como o RenovaBio, programa de incentivo à produção de biocombustíveis, cujo texto está em análise no governo federal.

Se aprovado, o Renovabio deve elevar a produção de etanol dos atuais 28 bilhões de litros para 50 bilhões por ano, sem contar a possibilidade de gerar 900 mil empregos diretos e indiretos, segundo projeção do Ministério de Minas e Energia.

Montabone afirma que protocolos importantes, assinados por representantes de entidades do setor, partiram da feira com o objetivo de pressionar o governo e exigir celeridade nos trâmites do RenovaBio em Brasília (DF).

“Pela primeira vez, a iniciativa privada se posicionou e se atualizou da maneira necessária para que a gente possa ser parte da matriz energética do país, que é quem faz o etanol. Agora, é um voto de confiança invertido, onde o governo tem que por as fichas na mesa”, diz o gerente da Fenasucro.

Montabone destaca ainda que 5,1 mil congressistas participaram de discussões e 270 palestras realizadas nos quatro dias da feira, o que permitiu aos empresários obter atualização sobre tecnologias e pesquisas desenvolvidas no país.
“Quem não morreu, vai surfar nessa nova onda do setor sucroenergético que, além de gerar negócios, tem um apelo ambiental. O planeta precisa de etanol e da cogeração de energia através do bagaço da cana”, completa.



Fonte: G1