Petróleo recupera parte das perdas e é negociado em alta perto de 10%


Na véspera, queda foi de quase 25% e preço do barril fechou no valor mais baixo desde 12 de fevereiro de 2016.

Os preços do petróleo operam em alta perto de 10% nesta terça-feira (10), recuperando parte das perdas, após tombo de quase 25% na véspera, depois do início de uma guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia, que provocou a maior queda diária desde a Guerra do Golfo de 1991.

Por volta das 10h, os contratos futuros do barril de Brent tinham alta de 8,61%, US$ 37,32 na venda, em Londres, enquanto o barril WTI, nos EUA, tinha alta de 8,35%, a US$ 33,73, segundo dados da Bloomberg. Mais cedo, os preços chegaram a saltar 10%.

Na véspera, o barril de Brent caiu 24,13%, a US$ 34,36 na venda, enquanto o barril WTI, nos EUA, perdeu 24,6%, a US$ 31,13. O valor de fechamento foi o mais baixo desde 12 de fevereiro de 2016.

Segundo a agência Reuters, investidores miravam possíveis estímulos econômicos e sinais da Rússia de que conversas com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para evitar a guerra de preços seguem possíveis.

O presidente norte-americano Donald Trump disse na segunda-feira que tomará importantes medidas para proteger a economia dos EUA contra impactos da disseminação do coronavírus, enquanto o governo do Japão planeja gastar mais de US$ 4 bilhões em um segundo pacote de ações para lidar com o vírus.

Alguns bancos passaram a prever também mais cortes nas taxas de juros dos EUA nos próximos meses.

Guerra de preços
O tombo nos preços do petróleo veio depois que a Arábia Saudita iniciou uma guerra de preços contra a Rússia por participação no mercado, na esteira do fracasso das negociações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para tentar estabilizar a oferta e preços da commodity.

A Rússia, que é o 3º maior produtor mundial e se opôs à proposta de cortes mais profundos na produção sugeridos pelos países do grupo para estabilizar os preços do petróleo. Como resposta ao governo da Rússia, a Opep removeu todos os seus limites de extração da commodity.

Mas o ministro russo de Energia, Alexander Novak, disse nesta terça que não descarta medidas conjuntas com Opep para estabilizar o mercado e acrescentou que o próximo encontro da aliança Opep+ está planejado para entre maio e junho.

O ministro saudita de energia, príncipe Abdulaziz bin Salman, no entanto, disse à Reuters que não vê necessidade de uma reunião da Opep+ em maio ou junho se não houver um acordo sobre medidas a serem tomadas para compensar o impacto do coronavírus sobre a demanda e os preços.

O forte tombo nos preços do petróleo trouxe um ingrediente adicional de nervosismo para os mercados globais, que já vinham operando com estresse em razão do temor de uma recessão global.

Fonte: G1