Maior reator de fusão nuclear do mundo inicia construção e une nações em nome da energia limpa


Estados Unidos, União Europeia, Rússia, China, Japão, Índia e Coreia do Sul fazem parte do projeto, que será construído no sul da França.

Na última semana, a construção do maior reator de fusão nuclear do mundo foi iniciada em Cadarache, no sul da França. O Reator Termonuclear Internacional Experimental (ITER, na sigla em inglês) é um consórcio formado pelas grandes potências políticas e econômicas mundiais: Estados Unidos, União Europeia, China, Rússia, Índia, Japão e Coreia do Sul.

O projeto custará mais de US$ 20 bilhões de euros (cerca de R$ 124 bilhões).

Apesar de ser energia nuclear, o novo reator é diferente das usinas nucleares atuais. Até agora, a energia nuclear tem sido criada a partir da fissão nuclear, isto é, a energia criada pela separação de átomos. A fusão nuclear seria o contrário: a energia seria criada a partir da fusão de diferentes átomos.


A fusão nuclear é um processo que ocorre naturalmente dentro de estrelas, como o Sol. Ao contrário da fissão, não existe a ameaça de uma reação em cadeia sair do controle, como aconteceu no acidente nuclear de Chernobil, em 1986. Também não há a criação de lixo nuclear, cujo processo de eliminação sem impacto ambiental é complexo e longo.

No entanto, como diz o nome, o projeto ainda é experimental. Não existe, ainda, comprovação de que seria possível criar energia de forma eficiente e com bom custo-benefício dessa forma.

"Imagina, se esse experimento funcionar e acharmos aplicações para a indústria, teremos desenvolvido uma energia não-poluente, livre de carbono, segura e quase sem criar lixo, que irá de encontro com as necessidades globais e preservar recursos naturais ao mesmo tempo," disse Emmanuel Macron, presidente da França, no lançamento do projeto.


O projeto é para o longo-prazo: 15 anos de experimentos e testes. Segundo cientistas, a viabilidade do projeto só será realmente revelada a partir de 2035. As primeiras conversas para a criação conjunta dessa tecnologia aconteceu ainda durante a Guerra Fria e demorou décadas para sair do papel.

Fonte: Época Negócios